2.4.16 - Ruta graveolens L. (Arruda)
2.4.16.1 - DESCRIÇÃO
Considerada sub-arbustiva ou herbácea, lenhosa, perene, aromático, rizomatoso que forma touceira e atinge até 1,5 m de altura.
Caule ereto, lenhoso na parte inferior e pouco ramificado.
Folhas alternas, pecioladas, carnudas, glabros, compostas, de folíolos fortemente aromáticos. De coloração acinzentada, verde-acinzentadas (verde-azulada), com menos de um centímetro de comprimento.
Flores pequenas, verde-amareladas, dispostas em corimbos terminais.
Frutos do tipo 5-locular. Produzem sementes pardas e rugosas.
(Lorenzi, H. et al., 2002; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000; Wikipedia, 2008; Jardim de Flores, 2008; Jardins e Plantas, ----?).
* Ver fotos no anexo.
2.4.16.2 - USOS
a) Formas nas quais pode ser utilizada no consumo humano.
- Sumo: Usa-se 3 gotas do sumo em uma gota de álcool. Pingar duas gotas em cada ouvido.
- Pó das folhas secas: 0,5 a 2g/dia;
- Extrato fluído: de 6 a 25 gotas, 2 a 3 vezes por dia;
- Tintura: 2 a 10ml/dia;
- Xarope: 10 a 40ml/dia;
- Essência: 1 a 7 gotas/dia.
(Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
b) Inflamação nos olhos.
Decocção: Uma colher (de sopa) de folhas frescas moída para uma xícara de água. Lavar os olhos 3 vezes ao dia. (Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000).
c) Vermífugo Picar duas folhas e colocá-las em 100ml de álcool de cereais dentro de um vidro de cor âmbar. Depois de 9 dias, tomar 6 gotas da tintura em uma colher de sopa de água a noite antes de dormir, durante 10 dias (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
Clister: cozinhar 8 a 10g de folhas por litro de água. Aplicar no intestino. combate vermes, parasitas intestinais (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006). Azeite: 20g de folhas frescas/litro de azeite. Administrar 2 a 3 colheres de chá por dia (vermes, reumatismo).
d) Dores reumáticas
Azeite: 20g de folhas frescas/litro de azeite. Administrar 2 a 3 colheres das de chá por dia: vermes, reumatismo.
Como uso tópico, o azeite de arruda, obtido com o cozimento da planta, é aplicado para aliviar dores reumáticas (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
e) Piolho.
Infusão: folhas picadas (Duas xícaras de café) em 500 ml de água, coar, esfriar e lavar a cabeça diariamente por 3 dias (Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000).
Lavar a cabeça duas vezes ao dia com o chá morno (20 g para cada litro de água). Enxaguar com xampu ou sabonete (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
f) Parasitas, piolhos e lêndeas.
Socar em um pilão 4 folhas de Arruda. Juntar com um copo de vinagre branco, uma colherinha de sal marinho e deixar em maceração por 3 dias. Coar e aplicar o líquido no couro cabeludo com um chumaço de algodão. Deixar agir por duas horas sem se expor ao sol para evitar queimaduras. Lavar os cabelos como de costume e repetir este processo três vezes na semana (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
g) Sarna.
Chá das folhas (20 g para um litro de água). Tomar 3 xícaras ao dia (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
Infusão: folhas secas picadas (um copo) em um litro de álcool. Deixar em repouso por 3 dias e coar. Diluir 50 %, e aplicar na área afetada (Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
Um copo de folhas frescas picadas em um litro de álcool. Deixar por uma semana: passar no local afetado pela sarna (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
h) Conjuntivite Decocção de duas colheres das de sopa de folhas em meio litro de água por 5 minutos. Uso externo. Coar, esperar amornar e aplicar compressas de algodão várias vezes ao dia sobre os olhos (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
Macerar as folhas e deixá-las de molho durante 4 horas. Lavar os olhos com água de arruda (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006). Decocção de 100g da planta fresca em meio litro de água. Uso externo: lavar os olhos: quando estiver com conjuntivite (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
i) Estresse (esgotamento).
Chá das folhas (l5 g para um litro de água). Tomar duas xícaras ao dia. (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
j) Repelente.
Queimar a parte aérea, em forma de defumação (Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000).
k) Calmantes
Suas folhas são utilizadas como chá com fins calmantes. Na forma de infusão (20 gramas para um litro de água) (Wikipedia, 2008).
l) Dor de cabeça
Folhas frescas, dispostas sobre a testa, aliviam a dor de cabeça (Ache tudo e região, 2008).
m) Amenorréia (ausência do fluxo menstrual fora do período de gravidez) Chá das folhas (5 g para um litro de água). Tomar uma xícara ao dia (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
n) Normalizar o ciclo menstrual Socar em um pilão duas folhas grandes de Arruda e adicionar uma xícara de chá de água. Deixar em maceração por uma noite e coar no dia seguinte. Tomar em jejum durante os oito dias que antecedem a menstruação (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
* Uma crença popular de raiz africana, remontando aos tempos coloniais, dita que os homens usem um pequeno galho de folhas por cima de uma orelha, ou que um galho das mesmas seja mantida no ambiente, para espantar maus espíritos (Wikipedia, 2008).
2.4.16.3 – TOXICIDADE E CUIDADOS NO USO
O emprego desta planta, tanto por via oral como por via tópica, deve se revestir de bastante cuidado, por causa de suas ações tóxicas sobre o útero, provocando hemorragia e, sobre a pele, que sensibilizada pelas furanocumarinas pode sofrer severas queimaduras quando expostas ao sol (Lorenzi, H. et al., 2002).
Deve ser ministrada com cuidado quando em uso interno, pois pode provocar hemorragias e complicações mais graves. Por ser abortiva, não se recomenda seu uso na gravidez. Quanto ao uso externo, não se aconselha sair ao sol após sua aplicação, já que pode provocar queimaduras graves (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005).
Deve ser usada com bastante cuidado, posto que, é venenosa e abortiva (Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000).
Repelente de insetos e ratos, a planta não deve ser ingerida, pois é altamente tóxica. Causa confusão mental, convulsões e dores violentas nos intestinos. Seu uso deve ser restrito ao externo sob forma de cataplasmas para pernas varicosas, ou alívio de dores de ciática (aplicar no local diretamente, passando antes óleo para não irritar a pele) (Ache tudo e região, 2008; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
Doses elevadas do chá podem causar vertigens, tremores, gastroenterites, convulsões, hemorragia e aborto, hiperemia dos órgãos respiratórios, vômitos, salivações, edema na língua, dores abdominais, náuseas e vômitos, secura na garganta, dores epigástricas, cólicas, arrefecimento da pele, depressão do pulso, contração da pupila e sonolência (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
Pode causar fitodermatites, através de um mecanismo fototóxico que torna a pele sensível à luz solar. Nas mulheres pode levar a hemorragias graves do útero (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
Apesar das propriedades medicinais conhecidas há séculos, o uso interno desta planta é desaconselhado pois, em grande quantidade, a arruda pode causar hiperemia (abundância de sangue) dos órgãos respiratórios, vômitos, sonolência e convulsões. O efeito considerado “anticoncepcional” na verdade é abortivo (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
2.4.16.4 - CULTIVO
É originário da Europa meridional e cultivada em vários países como no Brasil e especialmente na Europa oriental, como planta medicinal (Lorenzi, H. et al., 2002; Jardins e Plantas, ----?).
É cultivada em todo o mundo, sendo considerada planta cosmopolita. No Brasil, desenvolve-se melhor no sul/sudeste, ou regiões de altitude, onde as temperaturas são mais amenas (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005).
Trata-se de uma planta muito resistente que, se atendidas suas necessidades básicas de cultivo, dificilmente apresentará problemas (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
PROPAGAÇÃO
Através de sementes e estacas. A maneira mais comum de plantá-la é através de ramos enraizados (estacas). (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Afitema, 2007; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006; Corrêa Junior, C. et al., 2006).
Procure na vizinhança um pé de arruda e escolha um galho forte e sem flores, ou ainda um ramo bem desenvolvido de uma planta já podada. Lasque o ramo e traga junto um pedacinho da planta-mãe. Delicadamente, corte a pontinha desse ramo e as folhas de sua base. Plante o mais breve possível após a retirada do ramo, a cinco centímetros de profundidade, num vaso ou canteiro (Guia Rural, 1990).
PLANTIO
A melhor época para de plantio é começo de verão ou fim da primavera (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
CLIMA
Não é exigente quanto ao clima (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Afitema, 2007).
Necessita de sol pleno pelo menos algumas horas por dia. (8(Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006). Aconselha-se sombreamento parcial das plantas (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005).
SOLO
Não é exigente quanto ao solo (Guia Rural, 1990). Desenvolve em solos pobres, pedregosos e ligeiramente alcalinos (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
Desenvolve-se melhor em solos ricos em matéria orgânica e bem drenados (Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Ache tudo e região, 2008; Afitema, 2007; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
COLHEITA
As folhas começam a ser colhidas cerca de 4 a 8 meses depois do plantio (Guia Rural, 1990; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006). A melhor época para colheita é dezembro e abril/maio (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
Colhem-se os ramos com folhas verdes (existe a arruda "macho" e a "fêmea" de folhas menores) (Afitema, 2007). Para que o principio ativo esteja nas folhas é necessário colher antes da floração, quando começa a flor, se passar dessa época, o principio ativo estará menos na folha e maior na semente, depende qual a finalidade do medicamento (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
Seu manuseio pode provocar alergia (Corrêa Junior, C. et al., 2006).
PRAGAS E DOENÇAS
Pode ser atacada por pulgões (Corrêa Junior, C. et al., 2006).
OUTRAS INFORMAÇÕES
Quando estiver alta ou muito lenhosa pode ser podada, mas muito cuidado com sua seiva, pois em contato com a pele, pode causar erupções (Oliveira, A. L. T. T. L. de, 2006).
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