Ageratum conyzoides L. (Mentrasto, Erva-de-São-João).

2.4.1 - Ageratum conyzoides L. (Mentrasto, Erva-de-São-João).
2.4.1.1 – DESCRIÇÃO.
Erva anual, herbácea, ereta, revestida de pelos alvos e aromática, com até 1 m de altura.
Folhas opostas, ovadas, membranáceas, pubescentes, de pecíolos longos crenadas, ásperas e de forma deltóide, de 3 a 9 cm de comprimento. Exalam um suave odor quando amassadas.
Inflorescências em capítulos terminais com cerca de 30-50 flores esbranquiçadas ou lilases.
Fruto do tipo aquênio, pequeníssimo e preto.
Raiz principal pivotante, com abundantes raízes secundárias distribuídas superficialmente no solo.
(Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000; Programa Municipal Fitoviva, 2008; Mattos, S. H. et al., 2006).

* Ver fotos no anexo.

2.4.1.2 – USOS.
a) Reumatismo, artrose e cólicas.
Tintura: uma xícara de cafezinho da planta fresca para 5 xícaras de álcool, tomar 10 gotas em água duas vezes ao dia (cólicas) ou aplicar em massagens locais (reumatismo/artrose). (Ache tudo e região, 2008; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Paróquia Santuário São Leopoldo Mandic, 2008).
Pó: colocar uma colher (café) do pó em água ou suco de frutas para cada dose a ser tomada, tomar 3 a 4 vezes ao dia (artrose). (Ache tudo e região, 2008; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Paróquia Santuário São Leopoldo Mandic, 2008).
Decocção (uso externo): cozinhar a planta inteira e despejar o chá morno numa vasilha, colocar os pés ou mãos dentro durante 20 minutos, duas vezes ao dia. Ou usá-lo sob a forma de compressas, duas vezes ao dia (reumatismo e artrose). (Ache tudo e região, 2008; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Paróquia Santuário São Leopoldo Mandic, 2008).

b) Cólicas menstruais.
Infusão: uma xícara de cafezinho da planta seca picada em meio litro de água, tomar uma xícara de chá de 4 em 4 horas. (Ache tudo e região, 2008; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Paróquia Santuário São Leopoldo Mandic, 2008).

* Os tratamentos longos devem ser interrompidos por uma semana a cada mês. (Matos, F.J.A., 1994).
** Eficiência terapêutica comprovada pelo Ministério da Saúde. (Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
*** Pesquisas científicas já comprovaram as propriedades da planta. Conhecida também por mentrasto ou catinga-de-bode, atua como analgésica nos casos de reumatismo (Jardim de Flores, 2008).

2.4.1.3 – TOXICIDADE E CUIDADOS NO USO.
Ação hepatotóxica dos alcalóides encontrados nas flores (Almassy júnior, A.A. et al., 2005).
Toxicologia: sem efeitos tóxicos nos estudos realizados. (Ache tudo e região, 2008; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).

2.4.1.4 - CULTIVO
Planta nativa na América Tropical e hoje amplamente dispersada por regiões tropicais e subtropicais do mundo. (Programa Municipal Fitoviva, 2008; Mattos, S. H. et al., 2006).
Vegeta espontaneamente em todo o território nacional. É muito freqüente nas áreas úmidas de todo o Nordeste, especialmente de serras, sendo considerada planta invasora de culturas e áreas não cultivadas (Programa Municipal Fitoviva, 2008; Mattos, S. H. et al., 2006; Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Matos, F.J.A., 1994; Cruz, G. L., 1965).
Pouco freqüente no extremo-sul (Programa Municipal Fitoviva, 2008).
Apresentam no Ceará dois tipos morfológicos distintos: um caracterizado pela abundância de ramos floríferos, a partir de duas semanas de crescimento, e outro produtor de abundante massa foliar, apresentando floração normal já no fim de seu ciclo vital (Mattos, S. H. et al., 2006).

PROPAGAÇÃO
Reproduz bem por estaquia e por sementes. (Matos, F.J.A., 1994; Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000).
As sementes levam 8 a 15 dias para germinar, respectivamente, nas formas florífera e vegetativa. O transplantio deve ser realizado com 30 dias após a semeadura para a forma florífera e 50 dias para a forma vegetativa (Mattos, S. H. et al., 2006).
Utilizam-se estacas apicais de 15 a 20 cm de comprimento para a propagação vegetativa (Mattos, S. H. et al., 2006).

PLANTIO
O ano todo, especialmente na primavera. (Almassy júnior, A.A. et al., 2005).

CLIMA
Tropical (Almassy júnior, A.A. et al., 2005). Gosta de locais semi-sombreados e úmidos. (1)

SOLO
Qualquer tipo de solo (Almassy júnior, A.A. et al., 2005; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000), mas se desenvolve melhor em solos férteis e bem adubados com matéria orgânica (Matos, F.J.A., 1994; Pereira pinto, J.E.B. et al., 2000).
Deve-se aplicar 6 Kg/m2 de esterco bovino bem curtido (Mattos, S. H. et al., 2006)

COLHEITA
Três meses após o plantio, antes da floração (Almassy júnior, A.A. et al., 2005). Segundo Mattos, S. H. et al., (2006) a melhor época de corte na forma florífera e forma vegetativa ocorre aos 80 e 135 dias após a semeadura, sendo que o corte das plantas deve ser realizado rente ao solo.

PRAGAS E DOENÇAS
Pode abrigar nematóides como dos gêneros Meloidogyne, Pratylenchus e Rotylenchulus. Pode ser infectada pelo vírus do enrugamento foliar do tabaco (Programa Municipal Fitoviva, 2008).

OUTRAS INFORMAÇÕES
Apresenta florescimento em torno de 65 dias da semeadura, sendo que, na estação seca, o ciclo total foi de 125 dias, enquanto na estação chuvosa ele se prolongou até 135 dias (Mattos, S. H. et al., 2006).

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