Lippia sidoides Cham. (Alecrim-Pimenta).

2.4.6 - Lippia sidoides Cham. (Alecrim-Pimenta).

2.4.6.1 - DESCRIÇÃO
Arbusto silvestre, ereto, muito ramificado e caule quebradiço. Chegando a 2-3 m de altura em seu habitat natural.
Folhas simples, compostas, com margens crenadas, caducifólias, aromáticas, de 2-3 cm de comprimento. Pêlos esbranquiçados na face inferior.
Flores pequenas de cor branca, em racimos, cálice curto e membranáceo.
Frutos do tipo aquênio extremamente pequenos.
Sementes são muito pequenas, de difícil coleta e baixo índice de germinação (raramente germinam).
Sabor picante.
(Matos, F.J.A., 1994; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Mattos, S. H. et al., 2006).

* Ver fotos no anexo.

2.4.6.2 – USOS
a) Infecções da garganta e da boca ou em lavagens vaginais.
O chá ou a tintura diluída com uma ou duas partes de água fervida pode ser usado como gargarejo e bochecho nas infecções da garganta e da boca, ou em lavagens vaginais como desodorante íntimo ativo contra várias infecções (Matos, F.J.A., 1994; Lorenzi, H. et al., 2002).
Em compressas locais, a tintura pode ser usada pura para tratamento de ferimentos e afecções da pele e do couro cabeludo (Matos, F.J.A., 1994; Lorenzi, H. et al., 2002).
Infusão (chá): As folhas podem ser usadas na forma de chá abafado, feito com quinze ou vinte folhas em uma xícara de água fervente, para uso local imediato (Matos, F.J.A., 1994; Lorenzi, H. et al., 2002).
Infusão: Uma colher (chá) de folhas picadas para cada xícara (chá) de água. Tomar 2 a 3 xícaras por dia (Unilavras, 2008; Ache tudo e região, 2008).
Tintura caseira: preparada enchendo-se um frasco de boca larga com as folhas, pondo-se, em seguida, álcool até a metade do frasco e água até enchê-lo. Filtra-se depois de três dias. Conserva-se bem por até seis meses (Matos, F.J.A., 1994; Lorenzi, H. et al., 2002).

b) Lavagens, compressas, gargarejos e bochechos.
Tintura: 200 a 300 g de folhas frescas com 1/2 litro de álcool e 250 ml de água. Usar como loção em lavagens e compressas (Ache tudo e região, 2008; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008; Unilavras, 2008; Paróquia Santuário São Leopoldo Mandic, 2008).
Para gargarejos e bochechos usar a tintura diluída em duas partes de água (Ache tudo e região, 2008; Unilavras, 2008).

2.4.6.3 – TOXICIDADE E CUIDADOS NO USO
É impróprio o seu uso interno e em inalações, por causar irritações das mucosas do aparelho respiratório e digestivo (Matos, F.J.A., 1994; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005).

2.4.6.4 - CULTIVO
Originário do Brasil. Arbusto próprio da vegetação do Nordeste, ou melhor, do semi-árido nordestino região de caatinga (Matos, F.J.A., 1994; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”, 2008).
As condições edafoclimáticas do Ceará propiciam a máxima produção de óleo essencial e do seu constituinte majoritário, diferentemente de outras regiões do país, que apresentaram redução de rendimentos de óleo e principio ativo em até 70 % (Mattos, S. H. et al., 2006).
Após sua introdução nos programas de fitoterapia em atenção primária de saúde, passou a ser cultivada em vários estados. O seu cultivo no Sul e Sudeste em solos de alta fertilidade produz plantas com folhas muito maiores (Lorenzi, H. et al., 2002).


PROPAGAÇÃO
Pode ser multiplicado a partir de exemplares cultivados pelo processo de estaquia usando-se os ramos finos. (Matos, F.J.A., 1994; Lorenzi, H. et al., 2002; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Pereira Pinto, J.E.B. et al., 2000; Unilavras, 2008). As mudas recém preparadas devem ficar cobertas durante a primeira semana para evitar que sequem (Matos, F.J.A., 1994). Com 30 dias após a estaquia, as mudas podem ser transplantadas para o local definitivo (Mattos, S. H. et al., 2006).
As sementes são muito pequenas, de difícil coleta e baixo índice de germinação. (Matos, F.J.A., 1994; Lorenzi, H. et al., 2002; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005). Pode ser propagada também por meio da alporquia (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005).

PLANTIO
O ano todo (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005).

CLIMA
Deve ser cultivado em condições de luz plena (Unilavras, 2008). Evitar excesso de água durante a régua, pois a planta é originalmente da caatinga, região semi-árida (Matos, F.J.A., 1994; Lorenzi, H. et al., 2002; Almassy Júnior, A.A. et al., 2005).

SOLO
Bem drenado (Almassy Júnior, A.A. et al., 2005; Unilavras, 2008).

COLHEITA
Colhido a partir de 10 dias de idade, procedendo-se ao segundo corte neste mesmo intervalo de tempo e as plantas devem ser cortadas a uma altura de 30 cm do solo. Obedecidos estes critérios e as plantas cortadas no horário de 11 às 13 horas, serão obtidas máximas produções de óleo essencial e de timol. O intervalo de secagem na estação chuvosa é de seis dias, enquanto na estação seca é de quatro dias (Mattos, S. H. et al., 2006).