Muitas vezes quando uma pessoa entra em contato comigo devido a este blog, suas dúvidas são em relação à identificação de alguma espécie.
No meu blog está a minha monografia de conclusão do curso de pós graduação Lato Sensu em plantas medicinais. Complementando as informações do subtítulo “2.3 – Identificação”, dou mais um exemplo de como não devemos, ao trabalharmos com espécies medicinais, nos atermos somente ao nome popular. Uso do exemplo dado pelo professor da Universidade Federal de Lavras, Manuel Losada Gavilanes na disciplina de Morfologia Externa de Plantas Medicinais do curso de pós graduação Lato Sensu em plantas medicinais. A planta conhecida como “Vassoura” pode se tratar de 10 plantas diferentes, pois a este nome popular estão associadas às seguintes espécies, todas elas de famílias botânicas diferentes:
Baccharis dracunculifolia DC., Diodia teres Walt., Leucas marinicensis R. Br., Cochorus hirtus L., Buddleja brasiliensis Jacq., Melochia pyramidata L., Sida rhombifolia L., Scoparia dulcis L., Polygala paniculata L. e Verbena litoralis H. B. K.
Outro exemplo dado pelo professor Gavilanes é de uma espécie com vários nomes populares como é o caso do Ageratum conyzoides L. que é conhecida popularmente pelos seguintes nomes:
Mentrasto, Erva-de-São-João, Picão-Roxo, Catinga-de-Bode, Maria-Preta, Erva-de-Santo-Luzia, Mastruço, Brasileira e Mentrasto-branco.
Por isso, para maior segurança, devemos identificar e tratar as plantas pelo nome científico.
“ No decorrer de numerosos congressos de botânicos foi elaborada uma nomenclatura, depois adotada universalmente. Esta tem progressivamente vindo a substituir as designações locais, pouco concisas, permitindo uma classificação dos vegetais suscetível de ser usada nas permutas internacionais. Adotou-se o latim, que, sendo uma língua morta, não está sujeito a deformações. Assim, cada planta tem, atualmente, o seu nome erudito, possivelmente pouco expressivo, porém mais estável do que as designações que lhe são atribuídas nas diferentes regiões pelos que assistem ao seu crescimento. Mesmo que se denomine, por exemplo, Arctostaphylos uva-ursi L. ou Taraxacum officinale Web., estes termos não pertubarão o vulgar caminhante, e nos meios rurais continuarão a chamar-lhe uva-ursina e dente-de-leão, respectivamente. Porém, a designação dente-de-leão não atravessa as fronteiras do território nacional, enquanto Taraxacum é reconhecido em todo o Mundo”. Texto extraído do livro “Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais”, de 1983, edição de Selecções do Reader’s Digest.